Como pode uma igreja tão avivada em um passado não tão longe assim estar quase morta?
Esta palavra tem soado aos meus ouvidos há dias, então resolvi compartilhar com você; a respeito da igreja de Sardes mencionada em apocalipses capitulo 3 vers. 1b: "Eu sei as tuas obras, que tens nome de que vives e estás morto”.
Ela tinha nome, era conhecida por suas obras e por sua reputação. Vivia da sua fama, pensava que só o nome dava-lhe o direito em ser reconhecida como uma igreja de poder, mas o pentecoste, já não existia mais. O fogo do poder de Deus extinguira, foi embora a gloria de Deus, a chama ardente do Espirito Santo apagara em muitos corações. O pavio que fumega estava se apagando!
A igreja aparentava ser muito espiritual, mas Jesus, que conhece o interior de cada pessoa, a alertava sobre sua iminente morte. Deus não queria que a igreja de Sardes vivesse só de vanglórias passadas; Jesus estava trazendo à tona a realidade de que ela estava morrendo e não sabia.
Jesus tentava despertá-la de seu sono profundo, dizendo: "Desperta, ó tu que dormes, e levanta-te dentre os mortos, e Cristo te iluminará" (Efésios 5:14).
Jesus aconselhava a igreja a ser vigilante em relação à sua vinda, pois muitos estavam se esquecendo da vida espiritual e não se importavam com a chegada de Jesus. Ele os advertia: "Lembra-te, portanto, do que tens recebido e ouvido; guarda-o e arrepende-te. E, se não vigiares, virei sobre ti como um ladrão, e não saberás a que hora virei sobre ti".
Era importante que a igreja acordasse para fortalecer e animar o restante que estava prestes a morrer, pois muitos estavam inertes e não praticavam mais suas primeiras obras.
Trazendo isso para os dias atuais, há igrejas centenárias que estão na "UTI", próximas da morte, vivendo da história de seus ilustres pioneiros. Se não despertarem para a realidade e não se arrependerem, morrerão espiritualmente.
Entretanto, não é isso que Jesus deseja para a igreja contemporânea. Ele quer que ela volte a ser como antes, uma igreja santificada pela palavra, sem a sede do poder eclesiástico, mas sim do poder pentecostal trazido por seus pioneiros. Assim, voltará a ser uma igreja composta não apenas de crentes nominais, vazios, sem unção e poder, mas de crentes cheios do Espírito Santo.
Há na igreja um remanescente que faz a diferença e que irá mudar a história da igreja. São os vencedores. Em Sardes, também havia algumas pessoas que não contaminaram suas vestes e que andarão de branco com Jesus, porque são dignas disso. "Ao que vencer, será vestido de vestes brancas, e de maneira nenhuma riscarei o seu nome do livro da vida; e confessarei o seu nome diante de meu Pai e diante dos seus anjos. Quem tem ouvidos ouça o que o Espírito diz às igrejas".
Jesus quer vivificar sua igreja. Ainda que você veja como Ezequiel viu, na visão do vale de ossos secos, Jesus deseja dar vida à sua igreja. "Veio sobre mim a mão do Senhor, e ele me levou em espírito e me pôs no meio de um vale que estava cheio de ossos secos. Ele me fez andar ao redor deles; e eram muitos, e estavam sequíssimos. Ele me disse: Filho do homem, poderão viver estes ossos? Eu disse: Senhor Jeová, tu o sabes."
"Ele me disse: Profetiza ao espírito, ó filho do homem, e diz ao espírito: Assim diz o Senhor Jeová: Vem dos quatro ventos, ó espírito, e assopra sobre estes mortos, para que vivam. E profetizei como ele me ordenou; então, o espírito entrou neles, e viveram e se puseram em pé, um exército numeroso."
Jesus quer vivificar sua igreja. "E vos vivificou, estando vós mortos em ofensas e pecados" (Efésios 2:1). Mas muitos não querem renunciar à vida de pecado e viver uma vida santificada com Jesus, sempre apresentando desculpas para não segui-lo.
Veja o que disse um jovem que foi convidado a seguir Jesus: "Senhor, permite-me que, primeiramente, vá sepultar meu pai". Jesus, porém, disse-lhe: "Segue-me, e deixa aos mortos sepultar os seus mortos" (Mateus 8:21-22).
Você tem fama de que vive, mas está morto... Teólogos concordam que a carta endereçada às sete igrejas da Ásia se refere a igrejas locais que também existiram em toda a história eclesiástica, ou seja, todos os tipos de comportamento podem existir em uma igreja e no contexto cronológico da época da mesma.
Como estamos refletindo no primeiro capítulo da carta à igreja de Sardes, ela é comparada ao período seguinte à Reforma (1517-1648 d.C.). No período dos reformadores (Martim Lutero, Ulrich Zwinglio, João Calvino e outros), começou uma nova era para a igreja; no entanto, ao longo dos anos, ela começou a morrer espiritualmente.
A igreja contemporânea corre o risco, se não vigiar, de morrer espiritualmente, assim como muitas igrejas em épocas anteriores já morreram. Mas ainda há esperança: basta se arrepender e voltar aos primórdios da igreja, onde o "SER" tinha mais prioridade do que o "TER".
José Costa